SELEÇÃO OFICIAL 2023

1º FESTIVAL DE CINEMA DE
SÃO BERNARDO DO CAMPO

“A terra do cinema brasileiro:
onde o passado e o presente se conectam.”

MOSTRA COMPETITIVA
“TERRA DO CINEMA”

LONGA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO BRASILEIRO

PLACA-MÃE

DIREÇÃO: Igor Bastos
SINOPSE: Nadi é uma andróide com cidadania, que ganha o direito de adotar dois filhos, David e Lina. Porém, um político sensacionalista, e influenciador digital, traz à tona diversas polêmicas sobre o caso, a fim de ganhar popularidade para sua candidatura à presidência do Senado. Um mal-entendido leva David a fugir e se envolver em diversas aventuras, levando Nadi a decidir entre manter a cidadania ou informar as autoridades sobre a fuga. O filme é uma ficção científica genuinamente brasileira, que se passa em Minas Gerais, um dos cenários políticos mais relevantes da história do Brasil.

DIREÇÃO

Graduado em Cinema de Animação e Artes Digitais pela UFMG, em 2015-2018. Filho de caminhoneiro e de professora, teve seu primeiro contato com o cinema de animação através da TV, como muitas crianças, e posteriormente, acesso a festivais. A Exposição Mundial de Animação Udigrudi (MUMIA) foi um dos eventos que o despertou e para o qual posteriormente colaborou. Trabalhou como roteirista em diversas séries de TV e na produção de diversos curtas de animação. Igor Bastos é atualmente o diretor mais jovem da história do Brasil a dirigir um longa-metragem de animação, título que conquistou com o filme Placa-Mãe.

“Defino carinhosamente o filme como ‘Ficção Científica do Campo’. Queria imaginar um futuro mineiro, algo que não temos definido visualmente. Isso representava um desafio porque a ideia de futuro é muitas vezes associada a algo apocalíptico ou oriental, com todos aqueles LEDs.” O cineasta abraça essa dificuldade para criar um universo que representa várias épocas. “A cidade pode evoluir, mas algumas construções ficam para trás; encontramos estruturas do século 19 ao lado de estruturas do século 20. Queríamos capturar isso: um Brasil que parece se mover aos trancos e barrancos”, analisa Bastos.

No filme sobre o robô que ganha cidadania e adota duas crianças, veremos o Viaduto Santa Tereza, no centro de Belo Horizonte, e também o Pontilhão, um dos cartões postais de Divinópolis. Outro ícone turístico nostálgico é o Maria-Fumaça, trem a vapor que ainda opera trajetos curtos no estado. Este diálogo temporal também se reflete nas técnicas utilizadas em “Placa-Mãe”, que vão do tradicional 2D ao 3D.

Segundo Igor, a história se passa em um futuro próximo, onde a robótica avançada permite a criação de robôs com inteligência artificial avançada. Nadi é um desses robôs, mas é especial porque vai além dos aspectos artificiais e deixa suas emoções falarem mais alto. Isso a leva a ganhar cidadania e se tornar o primeiro robô com direitos iguais aos dos humanos.

“Com todos os aspectos que fazem de Nadi um robô especial, ela decide, durante um encontro que acontece em uma espécie de aterro sanitário, adotar dois irmãos. É aí que entram em jogo questões igualmente relevantes – como a inteligência artificial, a longa espera listas para adoção e as dificuldades que algumas crianças enfrentam para serem adotadas. As crianças que Nadi encontra são dois irmãos negros que estão há muito tempo na lista de espera para adoção”, explica Igor.

“Fiquei extremamente feliz com o resultado e tenho certeza que quem assistir ao filme também vai gostar muito. Afinal, a robótica e a IA estão atualmente muito presentes no nosso dia a dia, assim como a diversidade e a inclusão”, ele concluiu.

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